Caros Amigos!!
Aqui vai o meu muito obrigado, novamente para aqueles que com paciência chinesa lêem estas tortas linhas que escrevo, contudo, o tema desta nova postagem é um daqueles que tem me deixado preocupado há tempos. A verdade é que sinto na obrigação moral de esclarecer que havia escolhido os dois temas para a enquete, justamente porque entendia que os dois tinham uma grande proximidade (jura??? Política e Desrespeito??? “oh porque não tinha pensado nisso?”...) sim sei ... Isso facilitaria muito a minha vida, mas confesso este novo artigo tomou um rumo diferente daquele que imaginava. Pois bem, já esta provado que GENTILEZA GERA GENTILEZA (E aqui fica o meu “salve” para meus estudantes do 8° ano A da EMEF Florestan Fernandes), muito embora eu ainda veja o copo sempre meio cheio e não o contrário – Por favor, não quero fazer deste espaço uma seção de auto-ajuda. (Deus ME LIVRE!!!!) - mas a verdade é que as vezes sou obrigado a ceder a tentação de concordar com o grande mestre Nelson Rodrigues quando diz que: “...se o mundo acabar, não vai se perder absolutamente nada...”
Desrespeito, falta de educação e estupidez tem se espalhado como um vírus. E já que vamos tratar deste assunto peço licença a todos para começar com um pequeno trecho da música de uma das maiores e melhores bandas do nosso país, Engenheiros do Hawai – Dom Quixote.
“...muito prazer meu nome é otário
Vindo de outros cantos
Mas sempre no horário
Muito prazer
Me chamam de otário...”
Na realidade, esta é exatamente a sensação que tenho, quando vejo todas as barbaridades que acontecem em nosso cotidiano, entendo que até exista um tom “quixotesco” em minhas palavras e sinto-me um tanto esquizofrênico vendo dragões nos moinhos de vento. Pois o que parece é que realmente os desonestos é que estão certos, basta ver toda impunidade e todos os maus exemplos exaltados e patrocinados pela mídia (mídia esta que merece uma consideração toda especial). Estaria muitíssimo contente de poder escrever sobre todas as coisas bacanas que tem acontecido nos últimos anos no Brasil e no mundo, mas como dizem os céticos por aí, ”só melhoramos tudo isso porque estamos em uma pequena embarcação dentro da banheira que apenas sobe e desce ao bel-prazer da maré...” e no momento a gorda acabou de entrar na água... Talvez seja por isso que tantas pessoas estejam tão preocupadas consigo próprias e tão despreocupadas com o próximo. Vejo todas estas coisas erradas que vem se repetindo, e tenho cada vez mais clara a impressão de sou um completo otário.
“...se o mundo acabar,
não vai se perder
absolutamente nada...”
Ano após ano, com toda paranóia, violência, desemprego, intolerância e bizarrice apenas sacramentou a minha idéia de que o mundo esta cada vez mais dividido em “TROUXAS e ESPERTOS” estes não possuem o menor pudor em se aproveitar de todas as possibilidades possíveis de levar vantagem a qualquer custo sobre o próximo, e aqueles, são todos os que ainda acreditam em conceitos “absurdos” como ética e honestidade e respeito.
Digo isso, até em tom de desabafo, porque a cada dia que passa as pessoas se gabam de mais desonestidades. Os que passam os outros para trás são os heróis e os que protestam são os otários, idiotas ou excluídos. O pior é quando a gente se da conta de que no Brasil o comum é isso mesmo, pois o que vale é a lei de Gérson: “o importante é levar vantagem em tudo, certo?”. A grande questão é: sem trabalho produtivo é possível, usando a lógica de que todo mundo ganhe? Sem trabalho honesto, para alguém ganhar é óbvio que alguém deverá perder. A lógica atual é guardar o troco da padaria, dizer que leu o livro quando ficou só o resumo ou na conversa com quem leu, cortar a fila do cinema ou do show, comprar na feira uma dúzia de quinze laranjas, bater em um carro parado e fugir antes que alguém apareça, trocar voto por emprego, por sapatos ou por cestas básicas, essa é sim a lógica da perpetuação da burrice e essa é a lógica que não agüentamos mais, as pessoas não percebem que quando um país perde, todo mundo perde. Parafraseando Sir Álvaro Theodoro (terceira aula): “não há nada tão desgraçado que não possa ficar pior”. Como disse anteriormente (na última aula de filosofia) se todos os desonestos do Brasil voassem, nós nunca mais veríamos o sol.
Mas felizmente há os descontentes, os lutadores, os sonhadores (leia-se trouxas) os que querem manter o sol aceso brilhando e no alto. No entanto, de nada adianta o conhecimento sem caráter.
Acho que o Brasil e o Mundo precisam mais de gente honesta do que de pseudo-literatos, matemáticos, diplomatas, bacharéis e engenheiros. Nós vemos governo após governo que nosso país parece mais uma embarcação à deriva nos levando para lugares que nós realmente não queremos ir. Basta olhar a gigantesca quantidade de imbecilidades ocorridas nos últimos anos como: suspender os benefícios aos idosos e submeter os nonagenários a filas quilométricas e desumanas, por conta da obrigatoriedade de um recadastramento de corpo presente, a fim de provarem que ainda estão vivos. Esta tremenda canalhice contra quem conseguiu sobreviver no meio desta bandalheira por mais de noventa anos, só pode ter sido criada por “BURROCRATAS” criados a leite com pêra e a pão com mortadela e ovomaltine (na verdade é com canapés e vinhos franceses), estes imbecis se esquecem que nós aqui em baixo, somos todos reféns das mais loucas e improváveis coisas como diabólicos adolescentes que matam e estupram casais de namorados pelo simples prazer da agonia, de lunáticos metidos a comunistas que manipulam gente humilde e desesperadas para que invadam terras alheias e produtivas, de verdadeiros “gângster’s” evangélicos, pais e madrastas que assassinam sua própria filha e ainda a arremessa pela janela do quarto andar ou até mesmo jovens monstruosos que invadem escolas e massacram crianças como se fosse uma coisa corriqueira.
São estas coisas que comprovam a total falta de consideração ao próximo, tenho a impressão de que já vivemos em épocas em que as cores eram mais vivas, e com a utopia de que o respeito era o caminho mais curto para um mundo melhor.
Ou o Brasil encontra e defende os bons valores e abomina todos os Gérsons, Dirceus, Dudas, PC Farias, Malufes e todos os marqueteiros que chamam desonestidades flagrantes de espertezas técnicas ou o Brasil passa de país do futuro para país do só furo.
Todas estas formas de desrespeito geram um mal-estar geral e uma corrosiva desesperança existencial que se espalham por todo o mundo e isso só nos traz a tona mais algumas reflexões: que mundo queremos? E qual é o mundos estamos fazendo?
Não podemos chamar nossa classe dominante e a classe política de um bando de palhaços, pois seria uma gritante injustiça aos profissionais que só nos fizeram rir na infância. E se o nosso país for mesmo esse circo dos horrores e não nos avisaram, então, "uma pirueta, duas piruetas, bravo! bravo!" vamos todos rindo e afinando o coro do “se eu livrar a minha cara o resto que se dane”. Vamos todos tirar o nosso da reta, e o último que sair, por favor, apague a luz.